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Reação aguda ao estresse, TEPT e EMDR


Quando ouvimos falar ou lemos sobre o TEPT (Transtorno de estresse pós-traumático) geralmente lembramos sobre as histórias daqueles que voltaram de guerras ou catástrofes, perdas ou violências. Acontece que nosso aparelho psíquico pode desenvolver traumas frente a acontecimentos menos violentos do ponto de vista social, mas que para aquele indivíduo é decodificado como uma ameça ou sofrimento emocional.

Atuando há mais de 7 anos no atendimento as vítimas de assalto e sequestro na rede bancária (Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal) tenho me deparo com reações diversas frente a violência experimentada por parte dos bancários, desde uma reação de resiliência e enfrentamento a dissociações e estresse agudo. Ocorre que algumas reações advindas do momento traumático podem não revelar a real extensão do trauma, permanecendo latente por semanas ou meses até que a vítima inicia um processo de sofrimento intenso, o que pode-se caracterizar o TEPT que apresenta um conjunto de sinais e sintomas divididos em três blocos:

a) Reexperiência traumática: pensamentos recorrentes e intrusivos que remetem à lembrança do trauma, flashbacks, pesadelos;

b) Esquiva e isolamento social: a pessoa foge de situações, contatos e atividades que possam reavivar as lembranças dolorosas do trauma;

c) Hiperexcitabilidade psíquica e psicomotora: taquicardia, sudorese, tonturas, dor de cabeça, distúrbios do sono, dificuldade de concentração, irritabilidade, hipervigilância.

De acordo com minha experiência e a literatura existente, abordar o evento logo após a exposição traumática pode minimizar a extensão do dano, porém não para todas as pessoas. Algumas se beneficiam da abordagem in loco através da terapia cognitiva-comportamental e uso de medicações psicotrópicas e outras precisarão de tratamento médico e psicológico posteriores.

Nos EUA a terapia de EMDR (Eye Movement Desensitization and Reprocessing ou Dessensibilização e Reprocessamento por Movimentos Oculares) tem sido utilizada como primeira escolha para tratamento de memórias traumáticas com grande eficácia e em pouco tempo (média de 6 sessões). A EMDR é uma terapia neuropsicológica que reprocessa as memórias traumáticas através da estimulação bilateral (visual, auditiva ou sinestésica) presas na trama neurológica, permitindo que a dor psíquica diminua e o sofrimento deixe de trazer danos para o indivíduo.

Seja qual for seu trauma, procure um psicólogo e permita-se ressignificar sua experiência.

Psicólogo Ocimar G. Olivetti Filho

CRP 08/13091